MOVIMENTO ESQUERDA SOCIALISTA – MES – P-SOL - BAHIA
ORIENTAÇÃO À MILITANCIA
ORIENTAÇÃO À MILITANCIA
Aos companheiros e companheiras,
A vitoriosa participação que o PSOL teve no primeiro turno da eleição para Prefeito de Salvador, trazendo para discussão os verdadeiros problemas que tomam conta da cidade, reclama um coerente e imediato posicionamento frente ao segundo turno que se avizinha.
O foco nos reais problemas da cidade já revela o primeiro e mais importante diferencial entre nós do PSOL e eles quatro outros candidatos.
Nossa história e nosso perfil não nos dá o direito de vacilação nem nenhuma forma de conciliação com o que representa o anti-interesse da maioria da população pobre e excluída de Salvador.
A questão central não diz respeito a este ou aquele nome, mas, sim, os interesses que cada um representa. No fundo, essas candidaturas que vão ao segundo turno têm o mesmo DNA; primeiro, porque vem de um cruzamento, representado por uma assumida e indisfarçável aliança nos governo federal e estadual, iniciado há mais de 8 aos, gestado num só útero político. Assim, também, se identificaram durante a campanha em Salvador se furtando de trazer à baila da discussão e, portanto, impedindo de despertar na consciência da cidade, a natureza dos verdadeiros problemas vividos por Salvador, principalmente a contradição entre o interesse coletivo da população pobre e excluída versus o capital especulativo imobiliário, representada pelo PDDU e outras formas de exploração na cidade tais como aquele que explora o transporte coletivo, o que explora os resíduos sólidos (lixo), o que especula da prestação dos serviços de saúde, o que avança na privatização da educação básica e tantos outros ramos, do mesmo modo que silenciaram diante da desativação dos organismos (Conselhos municipais) de composição plural para consulta e deliberação coletivas.
O papel de denunciar a privatização da cidade nos foi reservado e muito bem exercido. Não fazê-lo, como foi à função de todos os outros quatro candidatos, cumpriu o papel ideológico de tergiversar na discussão sobre os problemas da cidade e desviar a discussão – e conseqüentemente a consciência do povo- para a aparência dos problemas e não para as suas raízes.
Historicamente este é o papel deles. Daí, porque, não poderão mudar entre os dias 5 e 26 de outubro. Ademais, incorporar a qualquer dos programas deles tudo que levantamos na nossa campanha contraria frontalmente tudo, pois o que disseram em seus discursos são de natureza heterogênea frente aos nossos compromissos, portanto não se somam pois são contrárias entre sí.
Por outro lado, eles se sustentam num pilar do qual nós não temos porque nos aproximar: a alvenaria Lula/Wagner. Esta aliança, em uma das faces se reproduz através de programas assistencialistas que criam um verdadeiro exército de indigentes e que desmobiliza a organização popular e, na outra, permanece anestesiada por quase dois anos de governo, repetindo a nível estadual a manipulação governamental e desmobilização das organizações populares. Assim, sinteticamente, no nordeste em geral com seus grotões, o PT aliado ao PMBD, cada dia mais se consolida como herdeiro do coronelismo legado pelo PFL. Seria o neo-carlismo na Bahia inclusive, assumindo e pregando da mesma forma que seus antecessores, a prática de "cuia na mão" por parte da Prefeitura de Salvador frente aos Governos Federal e Estadual, contrariando até a estrutura federativa e afrontando e jogando no lixo a autonomia municipal consagrada na Constituição.
Aliar-se, apoiando qualquer um dos seus tentáculos é servir à reprodução deste modelo no qual prevalecem os discursos tradicionais e demagógicos pregados na campanha do tipo "vou botar polícia na rua", "vou construir mais escolas", "vou implantar novos postos médicos",
"vou implantar e estender o metrô" e tantos outros besteiróis ideológicos que se repetem a cada quatro anos, ou porque não dizer a cada dois anos.
Diante disso perguntamo-nos: e onde fica a contradição básica da luta por uma cidade digna traduzida pelo enfrentamento ao capital imobiliário especulativo?
A nossa resposta não pode reduzir-se a uma simples negativa de optar por este ou aquele candidato, mas sim, negar apóio a todos os dois siameses e que pensam igualmente, mas forjam uma falsa diferença. Ontem assumiam a aliança e amanhã estarão juntos outra vez com o mesmo ideário. A nossa posição, portanto, é de combater as idéias que são representados por estas pessoas, no caso ambos os candidatos.
Desse modo, corajosamente e com a autoridade de um partido que saiu do zero e obteve quase 4% dos votos, limitado por extrema escassez de dinheiro para campanha diante dos milhões deles, sem tergiversar, O MES - PSOL NEGA-SE A DAR QUALQUER TIPO DE APOIO A AMBOS OS CANDIDATOS CONCORRENTES NO SEGUNDO TURNO, deixando claro que o MES – Movimento Esquerda Socialista, tendência Interna do P-SOL - em Salvador recomenda não votar em nenhum dos candidatos, sugerindo o VOTO NULO e manifestando a sua determinação de CONTINUAR NA LUTA POR UMA CIDADE JUSTA VOLTADA PARA A MAIORIA DO POVO!
Salvador, Bahia, 7 de outubro de 2008.
Movimento Esquerda Socialista – MES – P-SOL - Bahia.
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