quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Tirem as mãos dos Direiros dos Trabalhadores

A grande imprensa de nosso país vem veiculando insistentemente tratativas de empresários e do governo visando “flexibilizar” a legislação trabalhista.

O Jornal Estado de São Paulo deste final de semana publicou uma entrevista esclarecedora com o todo poderoso presidente da Companhia Vale, senhor Roger Agnelli.

Declarando-se amigo e interlocutor privilegiado junto ao Presidente Lula, Roger Agnelli revela que tem conversado com o governo para que ele flexibilize as leis trabalhistas, numa conduta que ele denomina “medidas de exceção”.

Defende que o “governo e os sindicatos precisam se convencer da necessidade de flexibilizar um pouco as leis trabalhistas: suspensão de contrato de trabalho, redução da jornada com redução de salário, coisas assim, em caráter temporário”. E conclui: “você reparte um pouco o prejuízo e o impacto será menor”.

Os empresários já pressionam o governo por mudanças. As propostas foram apresentadas na última quinta-feira, em reunião com o presidente Lula? É melhor reduzir temporariamente a jornada e os salários do que perder o emprego?, afirma Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Apesar do Presidente Lula não ter se posicionado publicamente, o Jornal O Estado de São Paulo afirma que uma “fonte do governo, no entanto, informou que ele está disposto a intermediar a discussão com ministros, empresários e centrais sindicais”.

O PSOL repudia mais esta tentativa de jogar nas costas dos trabalhadores o pagamento da crise econômica mundial. As medidas tomadas pelo governo Lula foram todas direcionadas para beneficiar os especuladores, o grande capital e salvar as empresas exportadoras, mostrando bem a sua opção de classe.

A idéia de reformar a legislação trabalhista não é nova. Seguidos governos neoliberais tentaram fazê-la e sempre encontraram a resistência organizada do movimento sindical brasileiro. No momento temos duas novidades. A primeira é a própria gravidade da crise econômica mundial, que cria o ambiente propício na grande mídia, no meio do empresariado e no governo para que propostas como esta sejam ouvidas com atenção. A segunda novidade é a postura tímida das principais centrais sindicais diante de tão absurdo ataque aos direitos dos trabalhadores.

O PSOL conclama todos os setores sociais a cerrar fileiras contra qualquer proposta de retirada de direitos trabalhistas e apresenta um conjunto de ações que deveriam ser tomadas pelo governo para garantir emprego, estimular o consumo e coibir a evasão de divisas.

O partido tem consciência de que só a luta garantirá que os trabalhadores não paguem por mais esta crise.

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