É mais do que evidente que a Bahia passa por uma crise. Em verdade, um conjunto de vertentes problemáticas que vão da infra-estrutura urbana, passando por transporte e moradia até a geração e manutenção do emprego e renda, não desprezando aspectos básicos da estrutura institucional como saúde, educação e principalmente (in)segurança pública.
Para alguns, que do alto analisam, se trata da reorganização financeira que o mercado globalizado impõe às células menores como os estados e municípios; para outros a crise tão falada não passa da rotina diária construída sob todas as dificuldades que historicamente os trabalhadores e trabalhadoras são forçados a passar.
Neste cenário, muitas falácias são construídas sob o pretexto da explicação e da manutenção da ordem e do status quo, do estado vigente. A mais latente e preocupante, do ponto de vista da realidade concreta daqueles que vivem tanto na região metropolitana quanto no interior do estado, é o processo de Reforma Agrária.
Hoje de toda área plantada apenas 30% é atribuída à agricultura familiar, entretanto, a produção de alimentos é de forma antagônica inversamente proporcional, mesmo sendo pouca para os parâmetros da Organização Mundial do Comércio – OMC, cerca de 70% de toda esta produção de alimentos é oriunda desta agricultura familiar.
Informações como esta dificilmente são encontradas. O governo problemático de Wagner, que utiliza a retórica da transparência e democracia não aplica seu discurso na pratica, não passando de falsa demagogia. Prova disso, é a inexistência de dados, estatísticas ou qualquer informação sobre como anda a Reforma Agrária no estado, a secretaria responsável por esta demanda entrega sua jornada ao Agronegócio que responde em grande maioria, apenas ao interesse particularista de empresários que impedem a estabilidade na inflação e conseqüentemente a possibilidade do crescimento da produção de alimentos e para, além disso, a possibilidade de todos os segmentos da população ter como manter o poder de compra.
Muito embora a dificuldade em obter informações seja um elemento complexo, a Reforma Agrária como base constitucional tem além do grande capital da conservadora oligarquia agrícola, a grande mídia como empecilho para a eficácia e orientação objetiva.
Um importante passo é saber que a luta pela Reforma Agrária não é só da classe trabalhadora rural. Ela interessa, também, à classe trabalhadora da cidade e a toda a sociedade. Isto por que o resultante obtido por uma Reforma Agrária efetiva é o aumento da geração de empregos e alimentos; solução para o êxodo rural e o desemprego, que provocam o inchaço das cidades e aumentam a violência urbana.
A falta de alimentos, as habitações miseráveis nas favelas, as famílias desamparadas e os milhões de menores abandonados nas ruas são problemas que muitos vivem no dia-a-dia. Nos latifúndios a serem desapropriados e redistribuídos para os trabalhadores rurais as terras passariam a produzir mais alimentos e, com o aumento da produção, os preços poderão baixar para todo mundo, incluindo os moradores das cidades, todos seria beneficiados, porque a inflação diminuirá e a comida aumentará em sua mesa.
Ainda neste raciocínio, a Reforma Agrária ajuda, ainda, a melhorar os salários dos trabalhadores urbanos, já que diminui a mão de obra barata que vem do interior para a cidade trabalhar por qualquer salário.
Wagner, que adotou ser um governo de todos os nós, acaba que amarrando este elementar avanço que facilitaria o desenvolvimento regional, impulsionaria a distribuição de renda desvinculada dos programas assistencialistas que não apontam saídas, diminuiria os amontoados em favelas e barracos e com menos gente nas cidades até mesmo os valores de alugueis cairia. Diminuiria o número de crianças sem vagas em escolas dos grandes centros, melhorando o processo ensino-aprendizagem; com menos gente nas cidades, aumentaria o espaço em casas, na rua e principalmente nos transportes públicos e tudo isso contribuiria para reduzir a violência que, quase toda ela é fruto da miséria.
Enfim, através de uma verdadeira Reforma agrária, até aqui desprezada pelos governos, poderíamos obter sensíveis avanços culturais e sociais, bastando para isso discutirmos abertamente as concepções que envolvem a democratização e acesso às propriedades de terras.
Everaldo Silva
Candidato a Vice Governador pelo PSOL
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