Seg, 06 de Junho de 2011 10:29 |
Um projeto em crise
A Europa se "latino-americaniza"
Respeitando o fato de que nada é igual, e por isso toda analogia pode se tornar equivocada, o que ocorre no velho continente são traços similares ao que passou na América Latina. O que fez o FMI em nosso continente é o que está fazendo agora, junto com os bancos alemães e franceses, com os países endividados da Europa. Os empréstimos às economias mais endividadas e a beira da bancarrota (Espanha, Portugal, Grécia, Islândia, Irlanda), se fizeram ao invés de se aplicar os piores planos de auteridade fiscal que sofreu nosso continente. O economista keynesiano Paul Krugman, em seu excelente artigo do New York Times (presente neste Boletim de junho da Secretaria de Relações Internacionais do PSOL) descreve perfeitamente a situação: "os líderes europeus ofereceram empréstimos de emergência para as nações em crise, mas em troca de promessas de que seriam implementados programas de austeridade cruéis, que consistiam principalmente de enormes cortes de despesas". E nós acrescentamos: cortes de salários e aumento da idade das aposentadorias. Krugman pontua que há "um novo declínio econômico graças aos programas de austeridade implementados, e a confiança está naufragando, em vez de aumentar. É evidente, agora que Grécia, Irlanda e Portugal e não podem e não se dispõem a resgatar suas dívidas". Ou seja, estes programas não só impõem efeitos sociais perversos ao povo, como também agrava a crise econômica do capitalismo. É um custo muito alto resgatar os países quebrados co alto índice de desemprego. Sob estas condições, é impossível a recuperação econômica, o que abre a hipótese de crise similar a da Argentina em 2001, desvatar Portugal, Espanha e Grécia. O despertar: início de um novo tempo político
Entretanto, essa situação de um relativo status quo estável começou a mudar. Cresceram os protestos, as greves gerais na Itália, França, Inglaterra, as mobilizações estudantis de massas. A Islândia, país de pescadores que foi convertido em uma roleta financeira (ver artigos sobre a Islândia neste Boletim de junho da Secretaria de Relações Internacionais do PSOL), foi a primeira advertência de um novo tempo político. Com um "cacerolazo" e dois referendos populares, o povo disse não ao pagamento da dívida aos banqueiros. Sem embargo, o novo momento se fez mais evidente com a revolução árabe que contagiou a juventude espanhola. Neste país apareceu uma nova forma de protesto auto-organizado, com reivindicações muito mais políticas, superando o caráter defensivo e questionando os partidos e velhas direções sindicais, levantando demandas por outra democracia, denunciando o regime com consignas anticapitalistas. As praças da Espanha poderiam ser um fenômeno conjuntural, de alguns dias de duração. Mas tudo indica que não é. Apesar do movimento não apresentar a massividade das revoluções árabes e seja mais de uma vanguarda jovem, impactaram as massas e tendem a se transformar em assembléias populares ao estilo da Argentina em 2001. É a expressão mais avançada de uma nova etapa que se abriu na Europa, com centro na Espanha e na Grécia, mas que tende a repercutir em outros países. A conexão dos movimentos na Espanha com o processo mais profundo da revolução árabe gera sua permanência. O papel da juventude
A Europa é o continente palco das maiores batalhas da luta de classes na história: as revoluções operárias de 1848, a Comuna de Paris em 1870, a Revolução Russa de 1917 e suas revoluções correlatas na Europa, o Maio francês em 1968, a Revolução dos Cravos em 1974. Passou pelos mais avassaladores regimes contrarrevolucionários da história: o nazismo, o fascismo, fundamentais para sua derrota na II Guerra Mundial. Talvez possamos dizer que, dentro de poucos meses, Grécia e Espanha vivam situação pré revolucionárias. Se assim for, não haverá dúvidas de que, junto com as revoluções democráticas árabes, a Europa começará um novo tempo da luta de classes mundial. 05/06/2011 Pedro Fuentes é secretário de Relações Internacionais do PSOL |

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sábado, 11 de junho de 2011
Crise burguesa e despertar político na Europa
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