ROMA - Em um movimento considerado crucial para não deixar a terceira maior economia da zona do euro sucumbir à crise financeira, a Câmara italiana aprovou nesta sexta-feira, por 314 votos a favor e 280 contra, as medidas de austeridade econômica do pacote que visa economizar 79 bilhões de euros, após o voto de confiança dado no início da tarde ao governo do premier Silvio Berlusconi. O pacote, que prevê cortes de gastos públicos e aumentos de impostos, já tinha sido aprovado pelo Senado na quinta-feira. Agora, ficou aberto o caminho para equilibrar o déficit orçamentário até 2014, como prometido pelo governo.
Berlusconi pressionou pela aprovação rápida do projeto de lei depois que os investidores começaram a derrubar a cotação de títulos italianos devido à preocupação de que o país, com a segunda maior dívida da região, seria a próxima vítima da crise soberana da Europa.
A debandada de investidores empurrou o rendimento dos títulos do tesouro italiano de 10 anos para a maior alta em 14 anos, de 6,02% em 12 de julho, e enviou o índice de ações da Bolsa de Milão para o mais baixo nível desde julho de 2009, segundo reportagem da Bloomberg.
O plano estende o congelamento dos salários de funcionários públicos, corta verbas para governos regionais e ministérios, acelera o plano de aumentar a idade mínima de aposentadoria e vai fazer os italianos pagarem 25 euros por consultas médicas em hospitais que não sejam de emergência e 35 euros para consultas com médicos especialistas. Impostos serão aumentados em contas correntes com mais de 50 mil euros em títulos, opções e ações.
O pacote tem como objetivo eliminar o déficit orçamentário até 2014, e a maior parte dos cortes será implementado em 2013 e 2014. Durante esse período, a Itália continuará a acumular 120 bilhões de euros em dívida, segundo o senador Mario Baldassari, presidente da Comissão de Finanças do Senado.
A dívida da Itália deve aumentar para 120% do produto interno bruto no ano que vem antes de começar a diminuir.
O aumento nos rendimentos de títulos da Itália já está aumentando o custo do financiamento do seu déficit. A Itália colocou 1,25 bilhão de euros em títulos do tesouro de cinco anos em leilão na quinta-feira com prêmio de rendimento de 4,93%, o maior em três anos e acima dos 3,9% da venda anterior em 14 de junho.
O plano de orçamento também inclui uma cláusula de garantia sobre a reforma do sistema fiscal. A cláusula autoriza o governo a reduzir benefícios fiscais e deduções em até 22,6 bilhões de euros se o Parlamento não autorizar as alterações fiscais em 2012, destacou relatório de Fabio Fois, economista do Barclays Capital em Londres.
As medidas foram aprovadas assim que cinco bancos italianos anunciaram que tinham passado pelos testes de estresse na Europa. Os dois movimentos aconteceram após o fechamento dos mercados, por isso seu impacto só poderá ser medido na próxima semana.
Berlusconi, que continua sob pressão da oposição para renunciar,mostrou força do governo ao aprovar o voto de confiança ligada ao pacote de austeridade. Sem se pronunciar há uma semana, ele tem sido criticado por permanecer longe dos olhos do público em um momento de crise.
- Eu não tenho faltado, nem estado ausente - disse Berlusconi, segundo a agência de notícias ANSA. - Pelo contrário, estes últimos dias tenho lido todos os
documentos, eu trabalhei para o bem dos italianos.
Parlamentares da oposição sustentam que o governo é muito fraco e dividida para lidar com a turbulência financeira, e deve simplesmente desistir.
- Se a Itália foi alvo de ataques de mercados, é porque as políticas deste governo não têm credibilidade - disse Rosy Bindi, presidente do Partido Democrata, a maior força da oposição.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/07/15/camara-da-italia-aprova-plano-de-austeridade-924914611.asp#ixzz1SK8TBFpP
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Berlusconi pressionou pela aprovação rápida do projeto de lei depois que os investidores começaram a derrubar a cotação de títulos italianos devido à preocupação de que o país, com a segunda maior dívida da região, seria a próxima vítima da crise soberana da Europa.
A debandada de investidores empurrou o rendimento dos títulos do tesouro italiano de 10 anos para a maior alta em 14 anos, de 6,02% em 12 de julho, e enviou o índice de ações da Bolsa de Milão para o mais baixo nível desde julho de 2009, segundo reportagem da Bloomberg.
O plano estende o congelamento dos salários de funcionários públicos, corta verbas para governos regionais e ministérios, acelera o plano de aumentar a idade mínima de aposentadoria e vai fazer os italianos pagarem 25 euros por consultas médicas em hospitais que não sejam de emergência e 35 euros para consultas com médicos especialistas. Impostos serão aumentados em contas correntes com mais de 50 mil euros em títulos, opções e ações.
O pacote tem como objetivo eliminar o déficit orçamentário até 2014, e a maior parte dos cortes será implementado em 2013 e 2014. Durante esse período, a Itália continuará a acumular 120 bilhões de euros em dívida, segundo o senador Mario Baldassari, presidente da Comissão de Finanças do Senado.
A dívida da Itália deve aumentar para 120% do produto interno bruto no ano que vem antes de começar a diminuir.
O aumento nos rendimentos de títulos da Itália já está aumentando o custo do financiamento do seu déficit. A Itália colocou 1,25 bilhão de euros em títulos do tesouro de cinco anos em leilão na quinta-feira com prêmio de rendimento de 4,93%, o maior em três anos e acima dos 3,9% da venda anterior em 14 de junho.
O plano de orçamento também inclui uma cláusula de garantia sobre a reforma do sistema fiscal. A cláusula autoriza o governo a reduzir benefícios fiscais e deduções em até 22,6 bilhões de euros se o Parlamento não autorizar as alterações fiscais em 2012, destacou relatório de Fabio Fois, economista do Barclays Capital em Londres.
As medidas foram aprovadas assim que cinco bancos italianos anunciaram que tinham passado pelos testes de estresse na Europa. Os dois movimentos aconteceram após o fechamento dos mercados, por isso seu impacto só poderá ser medido na próxima semana.
Berlusconi, que continua sob pressão da oposição para renunciar,mostrou força do governo ao aprovar o voto de confiança ligada ao pacote de austeridade. Sem se pronunciar há uma semana, ele tem sido criticado por permanecer longe dos olhos do público em um momento de crise.
- Eu não tenho faltado, nem estado ausente - disse Berlusconi, segundo a agência de notícias ANSA. - Pelo contrário, estes últimos dias tenho lido todos os
documentos, eu trabalhei para o bem dos italianos.
Parlamentares da oposição sustentam que o governo é muito fraco e dividida para lidar com a turbulência financeira, e deve simplesmente desistir.
- Se a Itália foi alvo de ataques de mercados, é porque as políticas deste governo não têm credibilidade - disse Rosy Bindi, presidente do Partido Democrata, a maior força da oposição.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/07/15/camara-da-italia-aprova-plano-de-austeridade-924914611.asp#ixzz1SK8TBFpP
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