Ronaldo Santos, pré-candidato a vice na chapa do PSol para o governo do estado, é, pela 5ª vez consecutiva, secretário geral do PSol na Bahia. Tem uma atuação nesse partido em Roraima e no Acre. Foi um dos coordenadores da primeira campanha nacional do PSol no país, em 2006. Em entrevista exclusiva pela fala dos planos do partido nas eleições.
Qual a expectativa do PSol para as eleições na Bahia?
Conseguir elevar o nível das discussões em torno dos verdadeiros problemas do estado. Quebrar a polarização entre as candidaturas de Rui Costa (PT) e Paulo Souto (DEM).
A candidatura de Marcos Mendes (PSol) ainda nem conseguiu pontuar nas pesquisas. Como vencer a resistência do eleitor?
O povo acumula gradativamente a consciência de que o que está velho tem que mudar. Queremos administrar para o povo, com o povo decidindo. Vamos mostrar que os que estão aí disputando já estiveram no poder nada fizeram e novamente prometem que vão fazer.
Em que o Psol difere em relação aos outros partidos?
Nós não sentamos com os empresários para dividir o estado entre eles e o povo. Nós temos um lado, é o lado do povo. Vamos administrar com a prioridade de governar para o povo e não para as empreiteiras e imobiliárias. Todos os partidos que estão disputando foram ou são base de apoio dessa política para a qual o Brasil gritou "não" em junho de 2013. Vamos cuidar da saúde, não vamos trocar hospitais por estádios.
Por falar em estádios, qual o posicionamento do partido em relação à realização da Copa do Mundo, no país e em Salvador, especialmente?
Nós adoramos futebol, o que não aceitamos é inverter prioridades. Derrubar um estádio e construir um outro apenas para dar dinheiro a empreiteiras que financiam campanhas eleitorais é um absurdo. O dinheiro que foi gasto com a nova Fonte Nova daria para construir cerca de 18 hospitais iguais ao Hospital do Subúrbio em todas as regiões da Bahia, por exemplo. A Copa do Mundo nos moldes Fifa não interessa a país algum, a não ser a Pelé, Ronaldinho e meia-dúzia de grandes empresários que ganharão dinheiro com ela. A sua herança serão dívidas e nada mais.
Qual o maior erro do governo do PT e do governo que hoje é representado por Paulo Souto (DEM)?
O maior erro do PT foi ter colocado Jaques Wagner "Malvadeza" no poder e não ter tido política para controlá-lo. O governo não cuidou da educação, atrasou salários de milhares de professores do Reda, não valorizou professores, declarou ilegais todas as grevesno estado. Teve duas greves da polícia em dois anos e perseguiu os grevistas. Não investiu em saúde e educação e entregou o estado aos pedágios e seus amigos, que estão ganhando muito dinheiro.
E do governo representado hoje por Paulo Souto?
Paulo Souto vem acompanhado da imagem de Antônio Carlos Magalhães e tenta se fortalecer na figura de ACM Neto, como um dos seus cabos eleitorais. Souto não investiu na educação e não valorizou os profissionais da área. Faltou creches e uma política educacional voltada para a profissionalização de jovens adolescentes. A segurança foi empurrada com a barriga. Não investiu na polícia ou policiais. Não ampliou o acesso à saúde. Como JW, teve como administradores do estado os grandes empresários. Hoje Salvador e região metropolitana concentram cerca de 80% de toda a riqueza do estado. Essa concentração de investimento e riqueza é um erro dos dois.
O Psol usa metralhadora giratória contra os outros partidos. Tem balas na agulha também contra Lídice?
Lídice e Eduardo Campos são parte do governo. Foram e são cúmplices da política econômica e social aplicada pelo governo do PT. Estiveram na base aliada até os 44 minutos do 2º tempo e depois saem e se dizem o "novo". Que novo? Eles representam a mesma política de ontem. Representam apenas a sede pelo poder. A sede estar no comando e não sendo comandados pelo PT. Lídice e Eduardo Campos deveriam andar com um litro de óleo de peroba no bolso...
O que você acha da prisão de Prisco?
É uma prisão política, uma perseguição aos movimentos sociais. Prisco foi o único a ser preso depois de uma mobilização que reuniu em uma única assembleia mais de 15 mil soldados. Porque Prisco, um ex-policial, parlamentar, foi jogado na Papuda, junto com 17 presos de alta periculosidade, sem direito imediato a uma cela individual? Preso pela Lei de Segurança nacional? Será que algum juiz leva isso a sério? Querem fazer de Prisco um exemplo para aqueles que ousarem se levantar contra a falta de dignidade. Jaques Wagner "Malvadeza" deveria ter vergonha, pois em 2001 apoiou, incentivou e financiou parte da mobilização da PM. Lídice, Pinheiro, Pelegrino, Wagner, Alice Portugal, todos apoiaram. Mas hoje são contra, por que não são mais oposição.
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